Gramática do Instante e do Infinito
José Eduardo Agualusa
Um livro mais que um livro. Um verdadeiro objeto de arte.
Gramática do Instante e do Infinito é um livro,
um conjunto de fotos e poesias. Uma exposição.
As fotos e poemas de José Eduardo Agualusa tem
como pano de fundo a Ilha de Moçambique, trazendo
ao primeiro plano o encantamento do autor com sua mulher, Yara, e durante a gestação de sua filha, Kianda.
Numa edição artesanal, o livro tem a encadernação feita com capulanas (tecidos moçambicanos), as mesmas que nos rodeiam na exposição. Um convite para um passeio pelo mundo envolvente descrito no colofão:
Uma ilha flutuando num mar muito antigo.
Uma mulher preparando um parto.
A eternidade é onde o futuro desagua no passado.
Este livro salva imagens e versos de um infinito instante.
O tempo não passa: está.
Cuidado: contém vida.
Ler a luz, ouvir as sombras.
Não vejo. Leio estas fotografias.
Leio-as como se fossem um livro, como se contassem uma história.
O meu encantamento é o mesmo que me assalta perante as narrativas literárias do Agualusa.
Diz-se que uma imagem vale mil palavras.
O inverso também é verdade: uma palavra
pode dizer mais do que mil imagens.
Neste caso, não sei se vejo, se escuto.
Não sei de quem é a autoria do olhar:
se ou que vejo ou se sou eu quem é contemplado.
Entra a ilha dos escritores e o escritor de ilhas,
José Eduardo Agualusa escreveu histórias com luzes e sombras.
As paisagens e os rostos são a fronte e o verso da mesma página.
Mia Couto
Camões - Centro Cultural Português, Maputo - Moçambique.
1 de dezembro a 12 de fevereiro de 2022