Marco Tirelli, artista italiano que vive entre Roma e a Úmbria (região do centro da Itália), coloca diante dos nossos olhos imagens de tempos históricos distintos: de um lado, monumentos que destacam a história da Cidade Eterna; no outro lado, figuras da alta tecnologia convivendo, lado ao lado, com paisagens campestres e bucólicas.

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Em “Teatro da Memória” (importante instalação do artista na Bienal de Veneza de 2013), este universo particular, manifestado por desenhos, pinturas e esculturas, foi exposto numa babel de signos que criaram um alfabeto próprio. O espectador era convidado a perpassar, usufruir, acolher em si uma provocadora assimilação sensitiva. Formas complexas, como partes do corpo humano ou paisagens, ganharam o mesmo impacto visual de formas singelas, geométricas, quase abstratas. Cada visualidade tinha o mesmo peso, como se estivéssemos num universo onde a hierarquia de significados tivesse se abstraído para sempre.

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Este livro é um desdobramento daquele “Teatro da Memória” em 33 imagens que, soltas, compõem um mosaico semelhante à grande instalação da Bienal de Veneza: 32 obras reproduzidas com qualidade de impressão Fine Art. Cada qual com um desenho original, o que acrescenta uma característica única a cada exemplar. A coerência que se pretende alcançar aqui não é nem formal nem lógica. Num certo sentido, é quase aleatória, como o significado dos três símbolos recortados a laser usados como detalhes gráficos.

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Esta ambiência geral no percurso do nosso olhar fica aberta à sensibilidade de cada um: objetos diminutos que percorrem rotas sem destino; outros, satisfeitos por serem retirados de sua imobilidade, pois ganharam forma e corpo visível.